Tendências pelo futuro sustentável da Indústria Brasileira de Artefatos de Borracha
A indústria da borracha desempenha um papel crucial em diversos setores industriais, comerciais e de serviços, abrangendo desde a automobilística e aeroespacial até produtos médicos, calçadistas e eletrônicos. Nos últimos anos, essa indústria tem sido desafiada a adotar práticas sustentáveis, alinhando-se às crescentes demandas ambientais e regulatórias. O compromisso com a sustentabilidade se reflete em iniciativas como eficiência energética, uso de matérias-primas renováveis, reciclagem, eco-design e descarte responsável.
A economia circular tem se consolidado como um conceito essencial para reduzir o desperdício e aumentar a vida útil dos produtos de borracha. A reciclagem e revalorização de materiais são etapas fundamentais nesse processo.
Tecnologias avançadas permitem a reversão parcial da vulcanização, possibilitando a reincorporação da borracha reciclada em novos produtos sem perder propriedades mecânicas essenciais. A borracha moída pode ser reincorporada na fabricação de novos compostos elastoméricos.
Normas internacionais, como ISO 14001 (gestão ambiental), ISO 50001 (eficiência energética) e ISO 14006 (eco-design), além de regulamentações nacionais e internacionais, têm direcionado o setor para uma abordagem cada vez mais sustentável.
Apesar dos desafios, as oportunidades para inovação e competitividade no setor da borracha são amplas, com impactos positivos tanto para o meio ambiente quanto para a economia, garantindo que essa indústria siga evoluindo de forma sustentável e responsável.
Em dezembro de 2024 foi incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro a Lei nº 15.042 que institui o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE). O objetivo do SBCE é incentivar a redução das emissões, atendendo a determinações da Política Nacional sobre Mudança do Clima. O modelo se apoia em uma política de tendência internacional e representa uma das principais soluções de mercado no combate às mudanças climáticas. O projeto também destinará os recursos eventualmente arrecadados para atividades de pesquisa e desenvolvimento que busquem novas soluções para a descarbonização da economia, com foco em inovação tecnológica e sustentabilidade.
Com apoio do Instituto Senai São Paulo de Tecnologia e Meio Ambiente, a Mangotex tem avançado em sua jornada de neutralização do impacto de Gases de Efeito Estufa (GEE), como parte de seu compromisso com a mitigação de impactos ambientais, iniciado há mais de 20 anos com a certificação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA) pela ISO 14001 e conquistou recentemente o Selo Carbon Free e certificados de compensação de carbono equivalente das Nações Unidas, comprovando seus esforços pela descarbonização nos últimos anos.
Além da compensação das emissões, a empresa adotou práticas para reduzir o impacto na origem, utilizando energia renovável certificada, promovendo o reaproveitamento de cerca de 85% dos resíduos que geram e investem em projetos de reflorestamento que não apenas compensam carbono, mas também ajudam na regeneração ambiental.
Em conjunto com o Carbon Free Brasil, a Indústrias Mangotex está neutralizando 825 toneladas de carbono referentes às suas operações em 2022 e 2023. Para compensação das emissões, foram escolhidos créditos de carbono provenientes de Projeto de Energia Renovável.
Em entrevista ao Jornal Periscópio, o CEO da Indústrias Mangotex, Marcelo Zaidan, declarou: "Esse selo é uma demonstração de que o progresso e o meio ambiente podem caminhar juntos. A empresa está muito voltada à tecnologia, exporta e ao mesmo tempo entendemos que esse trabalho seja feito de uma maneira sustentável".
"A Terra, o lugar em que moramos é único, não temos outro local para habitar. A ideia é que a gente consiga fazer esse trabalho de uma maneira sustentável e esse selo é um marco onde nós conseguimos fazer a compensação de nossas emissões de gases de efeito estufa e com isto pagar nossa pegada de carbono", conclui Zaidan.
Para auxiliar no cumprimento desta meta, a Jornada de Descarbonização da Indústria visa apoiar as indústrias paulistas na transição para um futuro mais sustentável e competitivo.
Ao participarem do programa, os estabelecimentos industriais passam por seis etapas de consultorias, focadas na redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), além de capacitações e acesso à ferramenta para realizar o Inventário de Emissões de GEE.
Para serem atendidas de forma totalmente gratuita, as indústrias devem ter faturamento anual bruto de até R$ 8 milhões. (disponível neste link), que busca reduzir o impacto ambiental de forma com que promova a competitividade industrial.